Uma das decisões que o fotógrafo precisa tomar é onde se posicionar e para onde apontar a câmera. Embora os avanços tecnológicos que a exposição e focalização sejam com freqüência determinadas automaticamente, é sempre o fotógrafo que decide como enquadrar a imagem no visor e a composição, portanto, é essencial para simplificar o mundo desordenado à nossa volta.
Em vez de simplesmente achar o que fotografar, há meios de enfatizar algumas partes da cena, enquanto se tenta esconder ou disfarçar outras. Isso é composição. Significa colocar coisas em ordem — mais ou menos como dispor palavras numa sentença para contar uma história pessoal ou fazer um relato em primeira mão do que se viu.
Embora existam regras que podem orientar suas composições, é importante ter em mente que há mais de uma maneira de enquadrar uma foto perfeita e é possível montar um variado portfolio durante uma curta permanência em uma locação, simplesmente trabalhando duro na composição.
Parte do processo de composição implica decidir onde colocar o principal motivo dentro do quadro. Muitos fotógrafos simplificam a composição de suas fotos, mantendo apenas um motivo principal e dispondo todos os demais elementos de modo a torná-los secundários. É possível colocar esse foco principal no centro do quadro, uma abordagem útil quando se quer mostrar a harmonia ou tranquilidade de uma cena, ou enfatizar a simetria que se percebeu no motivo. Entretanto, essa abordagem pode fazer a composição parecer elaborada demais.
Na maioria das cenas, vale a pena colocar os elementos-chaves fora do centro. Isso produz uma foto de aparência mais dinâmica, pois cria desequilibrio dentro do quadro.
Compreender bem o que é composição lhe permite estudar muitas possibilidades diferentes dentro de uma mesma cena. Ao explorar tantas posições da câmera quanto possível, você não estará apenas descobrindo novos ângulos do motivo em si — descobrirá também que o primeiro plano e o fundo da fotografia mudam a cada novo ponto de vista. Dê alguns passos para o lado, por exemplo, e o primeiro plano da foto com grande-angular pode mudar completamente. Do mesmo modo, aproximar-se do motivo, ou usar uma lente alternativa, pode ter efeitos radicais sobre o fundo.
À medida que você se movimenta, entram no campo de visão elementos diferentes, que podem ser usados para equilivrar o motivo ou enquadrar a foto. A iluminação também mudará e isso abre novas possibilidades de obter um novo ângulo num local já muito conhecido — sem levar em conta as diferentes horas do dia e estações do ano, que ainda podem lhe dar outras ideias.
Horizonte Baixo
Nesta foto, o céu predomina e o horizonte está bem baixo no quadro. Tradicionalmente, o horizonte é colocado no terço superior nas fotos de paisagem, mas não tenha medo de variar, afinal o céu pode lhe parecer mais interessante e assim ocupar dois terços da foto.
Quadros dentro de Quadros
E embora seja possível dar às fotos depois de clicadas qualquer forma e tamanho, há também maneiras de inovar no enquadramento no momento que se fotografa. Quadros dentro de quadros pode ser um meio de esconder detalhes em primeiro plano que distraem a atenção, mas também é um meio de dar às fotos uma sensação de profundidade, pois os quadros acrescentam outra camada à imagem, observe este exemplo de quadro fora de foco.
Extremos de Luz e Sombra
Nesta fotografia do cantor e compositor carioca Cícero, a silhueta de um portal garante uma moldura ornamentada para o foco óbvio da imagem. É interessante perceber e brincar com este forte contraste entre diferentes intensidades de iluminação.
Momento Exato
Composição não é somente enquadrar a foto, mas também apertar o obturador no momento certo. Tirada no momento errado, a foto poderá perder um pouco de sua força. Em algumas situações (como um vencedor cruzando a linha de chegada) preparativos e prática contam tanto quanto a sorte, mas são especialmente em eventos menos previsíveis que momentos mágicos podem ocorrer — quando dois ou mais elementos podem se juntar repentinamente para criar uma composição artística e dinâmica, como o exemplo que pode ser observado no movimento do cachorro e da criança em primeiro plano, bem como nos olhares e expressões dos meninos mais afastados.
Olhe para cima
Vale a pena ficar atento como a luz natural está mudando ao longo de sua visita ou photoshoot. Aqui, as nuvens resolveram sair do caminho e um raio de luz iluminou de repente garantindo uma iluminação totalmente nova ao ambiente que estava sendo fotografado.
Paisagem Tonal
Numa imagem bidimensional, podemos perceber a forma e a textura graças a sutis variações de tom. Uma maçã vermelha, por exemplo, não terá a mesma cor e matiz em toda a sua superfície visível. Embora a forma seja considerada vital em fotografias de natureza morta e retratos, também é fundamental em paisagens. Nesta foto, são as sutis diferenças nos tons de bege (do chão ao céu) que revelam ao espectador as ondulações e a percepção da solidez.
Uso de Sombras
Embora à primeira vista essa imagem parecer ter uma única cor, a luz que entra pela janela produz sombreado suficiente para revelar a forma da modelo. A padronagem na roupa de cama gera um contraste com a suavidade da textura da pele que nos convida para um questionamento: quanto você observa da forma dos objetos que fotografa? Aprenda a olhar os detalhes para entender como o tom se altera em diferentes superfícies.
Escolha do Plano de Fundo
Padrões espontâneos ou não são um plano de fundo agradavel e repousante. Aqui, cadeiras empilhadas constituem um fundo bastante interessante e uniforme, cuja padronagem de cores não conflita com a modelo que continua sendo o foco óbvio de atenção.
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