Fotografia é minha vida!

"Fotografar é uma maneira de ver o passado. Fotografar é uma forma de expressão, o "congelamento" de uma situação e seu espaço físico inserido na subjetividade de um realismo virtual. Fotografar é um modo de comunicar e informar. Seguindo o raciocínio, a linguagem visual fotográfica além de ser mais forte não é determinada por uma língua padrão, não precisando assim de uma tradução, uma vez que o diferem são as interpretações." (desconheço o autor)"

sábado, 24 de julho de 2010

Ego em foco


Interessante assunto sobre comportamento e fotografia na reportagem de Chico Felitti, para o jornal Folha de São Paulo (16/11), na qual discute sobre a geração que é louca por autorretratato e busca saber o porquê de jovens se fotografarem tanto.

“Descobrir quem são”. Essa é a opinião da antropóloga Carmen Rial, ouvida para a matéria, a respeito dessa galera. Ela ressalta que nunca a imagem foi tão importante para fazer parte de grupos. “A foto de si serve para dizer ‘estive lá’ ou ‘estive com eles’”, diz Rial, que é coordenadora do Núcleo de Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina.

O que pode ser visto na própria história da fotografia e respectivamente a história do retrato. No livro Identidade Virtuais – uma leitura do Retrato Fotográfico, de Annateresa Fabris, a autora perpassa pontos relevantes da função social do retrato. Do retrato aristocrático que buscava inscrever o indivíduo no tempo e na continuidade das gerações ao ideal burguês para atestar sua personalização através de esteriótipos sociais para buscar uma identidade e afirmação.

Mesmo nos primórdios da fotografia, sua popularização, se é que podemos chamar assim, se deu através do retrato e do processo iniciado por Disderi com o retrato em formato de cartão de visita, o que viabilizou a redução de custos. Assim, não só a aristocracia ganhou o direito do atestado de existência, mas a burguesia também em ascensão. Hoje, após o boom das câmeras digitais, o que trouxe também um novo ‘baixar de custo’ na produção fotográfica, grupos sociais se juntam, principalmente na internet. Orkut, Facebook, e afins, são o ponto de encontro para essa ‘autoafirmação’.


Um ponto curioso nesse jogo de vaidade da juventude é que a pose ainda predomine, por mais que eles finjam ser tudo ‘meio natural e espontâneo’. Cada um procura idealizar um personagem e mostrar-se da melhor maneira. Ou melhor, ficar mais bonito possível. De acordo com matéria, de Felitti, há comunidades no Orkut que só admitem usuários “especiais”. “Gente bonita”, disse um entrevistado.

Nessa onda de ganhar suas quinze fotos de fama, como reforça o jornalista num trocadilho, quem ganha é a indústria da fotografia. Nunca na história se vendeu tanta câmera fotográfica. Dos modelos mais básicos aos mais profissionais. Com isso a fotografia foi parar até no celular! E para acompanhar essa onda autorretrato, as câmeras estão vindo com visor LCD na frente.

A reportagem buscou dicas e opiniões de três profissionais: o fotógrafo J.R. Duran, da VJ Mari Moon e do cabelereiro de celebridades Marco de Biaggi. Das dicas e opiniões, gostei mesmo da proferida por J.R. Duran. “É uma estupidez enorme tirar autorretrato.”

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