Termo:
Traduzindo do Sânscrito, significa: मंड "essência” + ल "ter" ou "conter".
Também pode ser traduzida como círculo ou circunferência, totalidade, plenitude, derivando do termo tibetano “dkyil khor”.
História:
De origem Hindu, este termo tem sido utilizado em diversas interpretações e religiões:
Hinduísmo: Presente no “Rigved”, um dos quatro textos sagrados do hinduísmo conhecidos como “Vedas”. Escrito aproximadamente em 1500 a 1000 anos AC, e ainda em uso, divide-se em dez livros, conhecidos como Mandalas. Enquanto figura é profusamente utilizada na decoração de templos.
Budismo: No ramo tibetano do budismo “Vajravana” as Mandalas apresentam-se na forma de pinturas de areia, tendo grande significado espiritual nos elementos decorativos utilizados e disposição dos elementos. Em qualquer vertente desta religião a Mandala é um símbolo espiritual e sagrado de busca de plenitude e auxiliar à meditação e harmonia
Judaísmo: A estrela de David é uma Mandala.
Cristianismo: É um elemento arquitectónico e decorativo que se pode encontrar em diversos templos, assumindo o termo de “rosácea” na cultura europeia.
Geometria Sagrada – A Mandala é a representação icónica dos princípios base da geometria sagrada, tese segundo a qual a geometria é a forma ordenada da criação. Todas as grandes civilizações antigas utilizavam a geometria na edificação de templos e manifestações de crenças. A título de exemplo, a estrutura das cidades incas foi concebida a partir do quadrado e circulo como elementos de disposição.
Feng Shui – Antiga prática chinesa que utiliza as leis do céu (astronomia) e da terra (georafia) como forma de melhorar a vida, recebendo “Qi” (energia/ar) positiva. Literalmente traduzido significa vento-àgua. O “Bagua” ou “pa kua” é em si uma Mandala, tal como na civilização ocidental a Rosa-dos-Ventos também o é
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O que faz a Mandala?
Para os comuns mortais, e independentemente de todas as interpretações espirituais e religiosas, a Mandala é um elemento decorativo atraente. Tem propriedades relaxantes. Admirar uma Mandala poderá ser um auxiliar à serenidade.
Considerando todos os princípios de todas as interpretações e condensando-os de uma forma isenta, é inegavelmente um objecto com energia positiva, como que um amuleto ou talismã. Tem, em todas as culturas, uma mística forte associada a eventos positivos e nobres, de elevação espiritual.
Como desenhar uma Mandala
O princípio básico é o centro a partir do qual tudo se desenrola de uma forma ordenada e circular. Logo, basta desenhar um quadrado, sinalizar o centro e desenhar uma circunferência. A partir deste momento tudo o que colocar dentro do limite do círculo deve estar relacionado com o centro e serve, em última análise para desviar o olhar para o mesmo ou a partir dele.
Como escolher a Mandala:
A Mandala é uma manifestação espontânea, Todavia e considerando o significado de todos os elementos, podemos direccionar o que almejamos na escolha de uma Mandala. Existem duas formas elementares de escolher uma Mandala já feita de entre várias:
1 - Seleccionar a que nos agrada mais e posteriormente traduzi-la para saber o que nos está a perturbar ou que precisa de ser corrigido. A Mandala irá ajudar na obtenção do equilíbrio.
2 – Sabendo de antemão o que queremos corrigir, escolher uma Mandala que nos ajude no processo.
Tipos de Mandalas:
Existem inúmeras interpretações do significado das cores, mas no que se refere a Mandalas há alguns princípios convergentes:
Mandala do amor / Relacionamento:
Cores: Rosa Vermelho e Branco
Disposição preferencial: Colocar virada para o quarto, num local onde o sol incida por volta das 16:00h, ou por cima da cabeceira da cama.
Mandala da Prosperidade:
Cores: Vermelho, dourado, laranja, azul real (cores de opulência)
Disposição preferencial: Na sala de jantar, virada para onde está o sol perto das 9:30h da manhã
Mandala da Saúde / Harmonia:
Cores: Verde e motivos florais de qualquer cor.
Disposição preferencial: Divisão da casa que recebe os primeiros raios de sol
Mantras:
Forma de oração, pessoal e íntima. Resume um desejo e pela repetição é um auxiliar à meditação. De acordo com algumas interpretações ao colocar um mantra no verso da Mandala vai acentuar a acção desta.
Exemplo de um Mantra: “A abundância faz na minha casa o seu lar”
Oferecer uma Mandala
No budismo o ritual de oferecer Mandalas é um processo extremamente complexo, repleto de ritos e significados, que traduz um acto de abnegação, gratidão e reconhecimento.
Em termos latos, oferecer uma Mandala é um genuíno voto de bem-querer. Trata-se de um gesto de generosidade espiritual e sentimentos nobres. É efectivamente desejar a quem se oferece o mesmo que desejamos para nós próprios, uma vez que a Mandala é uma exteriorização da nossa essência.
Conclusão:
A Mandala é um elemento milenar na nossa cultura, desconsiderando as interpretações, o significado comum é o bem. De bem com a vida e com o que nos rodeia.
Numa altura de incertezas e crescente ansiedade, algo tão aparentemente insignificante como uma Mandala pode fazer a diferença.
Por mais que não seja por transmitir que ainda é possível acreditar na pureza