Robert Doisneau
O fotógrafo de Paris nasceu em 1912 em Gentilly, periferia de Paris, e dedicou sua vida profissional como um fotógrafo das ruas de Paris. Na cidade fotografou incansavelmente cenas do cotidiano e os mais diversos locais. Depois de muitas fotos da cidade, trabalhou para a montadora Renault, como fotógrafo até ser demitido por não comparecer ao trabalho, em 1939. Depois de servir um ano na guerra (1949), Doisneau voltou e em 1949 assinou um contrato com a Vogue, onde trabalhou até 1952 realizando reportagens fotográficas, muito utilizadas na época, por sua ausência de texto e facilidade na leitura visual. A partir de então começa um trabalho independente e cristaliza seu amor por Paris em suas milhares de imagens. Morre em 1994, com mais de 450 mil negativos fotografados. Robert Doisneau também foi vanguardista na fotografia de famosos em seu cotidiano, como Pablo Picasso e Orson Welles. Além disse, seu caráter de retrato urbano assumiu uma importancia antropológica,, pois suas fotos revelam o progresso e desenvolvimento do cidade e têm atualmente um importante cunho etnológico. Doisneau, porém, sempre recusou que seu trabalho assumisse esse caráter de retrato social. Doisneau dizia ser uma "falsa testemunha de sua época". Sua obra fez com que ele fosse considerado um fotógrafo da "escola humanista". Caracterizada pelo período pós guerra, a preocupação era com o resgate da paixão e da solidariedade na França. Assim a reconstrução da auto-estima francesa muito deve às fotos que marcam por seu carisma e simplicidade.
As obras de Doisneau
Nesta imagem a fragilidade da mulher com seu filho, atravessando uma movimentada rua, é evidente. A foto congelada cria certa apreensão a quem a observa. O fato da mulher estar na contra luz e os carros estarem bem iluminados, só reforça o contraste de forças evocado pela imagem.
Esta imagem retrata crianças se divertindo. O garoto, que chegou até a parte de cima da placa, atrai a admiração dos colegas. Aqui, a placa pode ser vista como metáfora para as regras estabelecidas; escalá-la pode ser entendido como um ato subversivo, de contestação, ainda mais porque ela retrata exatamente uma criança atravessando a rua com seu pai.
Os olhos movimentam-se incessantemente pela imagem. A entrada do metro cria um jogo de curvas muito interessante junto às pernas retratadas no outdoor. Tantas curvas acabam por criar um “circuito” do qual é difícil desvencilhar-se ao observar a imagem, numa observação quase circular.
Este flagra mostra bastante da preocupação do músico com seu instrumento, mais até que consigo mesmo. Ao cobrir seu instrumento com um guarda-chuva, este homem mostra que talvez o mais essencial para que ele vivesse bem estava fora de si, daí a preocupação em preservar este elemento. Além disso, o clima chuvoso e aparentemente frio traz ainda um tom melancólico à imagem, que nos leva a questionar o que este homem espera debaixo de chuva.
A composição desta foto cria um movimento incessante para os olhos. Ao observar o garoto à direita, desejamos saber o que ele espia no trabalho colega ao lado. Este, por sua vez, leva nossos olhar pra cima, acompanhando o seu. Ainda há mais um garoto ao fundo, que, ao olhar para a direção da câmera, atrai nossa atenção. Além de intrigante, a imagem ainda conta uma história, ao mostrar a “cola” praticada por um dos alunos, o esforço de raciocínio de outro deles (o que olha para cima) e a dispersão do colega ao fundo, retratando, com apenas uma imagem, uma rotina estudantil muito comum a todos.
"As maravilhas da vida cotidiana são tão emocionantes. Nenhum diretor de filmes pode organizar o inesperado que você encontra na rua". Robert Doisneau.
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